JORNADA #ENERGYTALKS 2017

Quinta-feira 23, Novembro 2017

O desafio das energias renováveis: representar mais de 60% do fornecimento de energia na Europa até 2030



Num dia de debate que contou com a participação da Ministra do Ambiente, Isabel García Tejerina, e representantes de empresas líderes do setor, a EDPR refletiu sobre as melhores estratégias para combater as alterações climáticas através da inovação e das energias limpas







Madrid, 23 de novembro de 2017: Face aos cerca de 29% que as energias renováveis atualmente representam no fornecimento de energia a nível Europeu, o desafio do setor passa por aumentar esta percentagem para mais de 60%. Esta foi uma das conclusões da jornada #energytalks que se realizou hoje no Museo del Traje em Madrid, organizada pela EDP Renováveis — líder mundial no setor das energias renováveis e um dos maiores produtores mundiais de energia eólica — e que contou com a presença dos principais representantes do setor para definir as bases da luta contra as alterações climáticas, através de um forte compromisso com a inovação sustentável e as energias limpas.



Um dia de debate no qual o setor tentou estabelecer quais devem ser os passos a tomar para combater as alterações climáticas e, entre outros objetivos, alcançar as metas definidas no Acordo de Paris, segundo o qual a União Europeia deveria reduzir em 40% as emissões de gases estufa até ao ano de 2030, um problema para o qual as energias renováveis foram unanimemente apontadas como a solução.



A abertura do #energytalks foi conduzida por João Manso Neto, CEO da EDPR, que falou sobre a transição para as energias renováveis, afirmando: “Há menos de 20 anos, as empresas só estavam preocupadas com seu negócio e o seu interesse, mas hoje isso mudou. A sociedade e o respeito pelo meio ambiente em que operam, são agora uma parte essencial do seu papel na sociedade.”



Neste sentido, Manso Neto acrescentou que “as metas em matéria energética devem não só ser cumpridas como até ser superadas para criar um ambiente sustentável real” e, para o alcançar, “as energias renováveis terão um papel fundamental, pois são uma fonte de energia competitiva que já é uma realidade.”







Apoio do Ministério do Ambiente



#energytalks contou com a presença da Ministra do Ambiente, Isabel García Tejerina, que encerrou a primeira edição desta conferência. Durante a sua apresentação, explicou que o caminho de Paris é o correto, mas que as circunstâncias requerem ação, acrescentando a este respeito: “Concebemos a luta contra a mudança climática a longo prazo, mas as consequências desta mudança não esperam e já as estamos a ver. Está na hora de fazermos mais, e é isso que a Lei da Alteração Climática e Transição Energética nos vai permitir fazer."



A jornada também reuniu líderes empresariais e da sociedade civil, que mostraram a sua visão sobre a melhor forma de alcançar estas metas em matéria energética, num debate moderado por Montserrat Domínguez, diretora do HuffPost.



Neste sentido, Markus Tacke, CEO da Siemens Gamesa, definiu três problemas principais que devem ser resolvidos pelo setor: segurança energética, aquecimento global e aumento da procura, apontando como solução “a aposta na tecnologia e digitalização do setor, que irá gerar grandes oportunidades em aspetos como a melhoria do tempo de vida das turbinas ou o armazenamento da produção, questões-chave para o futuro do mercado.”



Teresa Ribera, Co-Presidente da REDS, salientou a importância de que, juntamente com a transição de caráter técnico, se produza “uma inovação social e uma melhoria da gestão política, porque a inovação deve ser sempre acompanhada por um apoio das instituições que facilitem e acompanhem este processo.”



Na mesma linha expressou-se também Carlos Zuloaga, Global Head of Energy do BBVA, que disse que “as organizações internacionais, reguladores, políticos, investidores, mercados e instituições financeiras, entre as quais está o BBVA, estão a trabalhar ativamente para cumprir as metas de sustentabilidade.”



Por sua vez, Mar Assunção, Responsável de Clima e Energia da WWF Espanha, centrou a sua intervenção na importância crucial do combate às alterações climáticas, e reivindicou maior envolvimento por parte da administração. “A Lei da Alteração Climática e Transição Energética é uma enorme oportunidade de criar mecanismos que permitam a Espanha apoiar esta luta contra a mudança climática.”



Marion Labaut, Diretor de Assuntos Públicos da Eurelectric, recordou que ainda há muito por fazer, embora “desde a década de 90 se tenha descarbonizado a eletricidade em cerca de 35%, sendo que a prioridade é a descarbonização total até 2050, e a chave para alcançar este objectivo são as energias renováveis.”



Por último, José Luis Blasco, Chefe Global de Sustentabilidade na KPMG, focou a sua intervenção no aspeto social, enfatizando que “a quarta revolução industrial que a sociedade está a atravessar mudará não apenas a forma como as coisas serão feitas, mas também as próprias pessoas” e isso vai-se repercutir no setor de energia, pois “o consumidor irá passar de cliente a gestor da sua própria energia.”